Classificação das Lesões

As lesões whiplash podem-se classificar de duas maneiras, a classificação de Lucas e a classificação da QTF. A classificação mais utilizada e com mais consenso clínico é a da QTF, que classifica as Desordens Associadas ao Whiplash (WAD) em cinco graus:

 

- Grau 0: Sem queixas na cervical. Sem sinais físicos.

- Grau I: Dor, rigidez e sensibilidade cervical. Sem sinais físicos.

- Grau II: Dor e rigidez cervical. Com sinais músculo-esqueléticos.

- Grau III: Dor e rigidez cervical. Com sinais neurológicos.

- Grau IV: Dor e rigidez cervical. Com fratura ou luxação cervical.

 

 

As Causas

Como referido anteriormente, existem várias causas para a lesão whiplash. No entanto, o mais comum dos mecanismos da lesão é o da colisão traseira num acidente de viação, responsável, aproximadamente, por metade dos casos de whiplash. Normalmente, neste tipo de colisão, o condutor ou passageiro não estão à espera do impacto, ficando assim toda a zona da cervical desprotegida. No momento em que o veículo sofre a colisão traseira, este ganha aceleração, transmitindo o impacto da estrutura do veículo até ao assento, empurrando assim o tronco para a frente. Devido à velocidade do movimento não há tempo para a normal contração muscular reflexa, que normalmente serviria de proteção. Quando existe um encosto para a cabeça, o grau de hiperextensão pode ser limitado. Caso não exista, não há nada que ampare a cabeça. Continuamente, o tronco é amparado pelo sinto de segurança ou pelo volante, e a cabeça e pescoço encontram-se agora flexionados. O grau de flexão é limitado fisicamente pelo bater do queixo no peito.

 

Os sintomas

O quadro clinico compreende as chamadas Desordens Associadas ao Whiplash (WAD), que podem tornar-se em disfunções incapacitantes em consequência do stress aplicado às estruturas cervicais. O início dos sintomas pode ocorrer imediatamente ou demorar até 72 horas. Estes sintomas incluem dor e rigidez no pescoço, cefaleias, dor localizada no ombro ou entre as omoplatas, dor lombar, dor ou dormência no braço e/ou mão, tonturas, zumbidos, visão turva, dificuldade de concentração ou de memória, irritabilidade, distúrbios do sono, fadiga, dor na articulação temporomandibular, ou até mesmo disfagia. A duração dos sintomas é relativa, visto que varia de paciente para paciente, podendo tornar-se crónico.


Diagnóstico

No diagnóstico de whiplash, assim como em qualquer outro tipo de diagnóstico, a anamnese é fundamental para ajudar a chegar ao tratamento mais adequado, seguindo-se um exame físico completo, mesmo que o paciente já tenha sido observado por outro médico. No âmbito da osteopatia tanto a anamnese como o exame físico também é feito, no entanto na parte da observação existem algumas diferenças. Como diz uma das leis osteopáticas “o corpo é uma unidade”, então a observação não se restringe apenas à zona da cervical e cabeça, mas sim ao corpo todo, fazendo-se também uma avaliação da marcha e do padrão postural. Após esta avaliação os pacientes devem ser classificados, segundo a classificação da QTF, em Grau I, II, III ou IV. Esta classificação é importante porque o tratamento irá ser diferente consoante o grau atribuído. Serve por exemplo para saber se é ou não aconselhado fazer uma manipulação.

As WAD são difíceis de tratar por muitas razões. Os pacientes podem ter queixas subjetivas de dor ou parestesias sem qualquer evidência radiológica ou clínica que comprovem a lesão. Os fatores psicossociais, físicos e legais têm uma variada influência no tratamento, nos diferentes pacientes. Tradicionalmente, o tratamento inicial inclui o uso de um colar cervical para restringir a amplitude de movimento cervical e, com isso, limitar a probabilidade de nova lesão. No entanto, estudos mais recentes mostram que o repouso e a restrição de movimento são prejudiciais e retardam a recuperação, e que a mobilização precoce oferece melhores resultados. Em relação à farmacologia, consoante o grau d lesão são receitados analgésicos e anti-inflamatórios.

 

Como o "Ama-te" te pode ajudar

A osteopatia pode realizar um bom trabalho nos graus I e II das WAD. O trabalho osteopático manipulativo oferece alívio aos pacientes, abordando a causa em vez de mascarar os sintomas. São utilizadas técnicas de tecidos moles, manipulações, mobilizações e pontos gatinho. Podendo a manipulação ser utilizada quase imediatamente, e não, necessariamente, dirigida para as partes lesionadas, mas sim para toda a área envolvente.

 

  

Osteopata

Carina Casteleira